35
A Princesa Amada dos Piratas
Tradutora: Manteiga
Revisor: Daniel
—35—
‘mas isso está estranho.’
mesmo com mais de cem filiais navais espalhadas pelo continente ocidental, a erradicação completa dos piratas parecia distante.
as razões eram diversas, mas uma das mais significativas era ‘o fim do mar.’ um pirata havia chegado ao que era conhecido como o fim do mar, a terra dos deuses.
a existência do ‘fim do mar’ teve um impacto substancial, não apenas no continente ocidental, mas também no oriental. era uma noção tão influente que, apesar de ser uma alegação de pirata, foi registrada nos livros de história.
originalmente, apenas indivíduos oficialmente autorizados podiam pesquisar sobre o fim do mar. no entanto, depois daquele evento, indivíduos não autorizados começaram a perseguir essa busca.
foi aí que a ilha de odlo adotou a ‘*coexistência’ como estratégia de sobrevivência, muito parecida com a cidade marítima que visitamos anteriormente.
‘antes da guerra, e até mesmo depois que ela começou, a ilha de odlo dependia bastante dos piratas.’
mesmo que os piratas visitassem a ilha de odlo sob a aparência de aventureiros, isso era apenas uma fachada. era como dizer: ‘não vamos te denunciar, então passe por aqui tranquilamente.’
e ainda assim, essas pessoas decidiram atacar o caelum, uma tripulação de piratas conhecida por ser uma das mais amigáveis com os civis?
isso significava que havia problemas dentro da própria ilha. se eles tivessem o apoio da marinha ou estivessem agindo sob ordens, não precisariam usar agentes soníferos. mesmo sem isso, a maneira como usaram as drogas e lidaram com as consequências parecia estranhamente desleixada.
se tivessem planejado nos emboscar usando agentes soníferos, seria normal que ao menos uma ou duas pessoas estivessem de vigia. mas, até agora, não havia nenhum sinal de vida.
“polaris.”
“hã?”
ethan me chamou, interrompendo meus pensamentos.
“tem alguém ali.”
poderia ser a pessoa que estava se escondendo todo esse tempo? virei a cabeça na direção em que ethan apontou.
‘isso é…?’
lá estava o mesmo garotinho de ontem. ele congelou ao ver ethan e eu em pé, seu rosto pálido de medo.
“hah.”
“por que um garotinho de seis anos está suspirando assim?”
o garoto, cujo rosto estava pálido, abriu a boca como se fosse dizer algo, mas a fechou novamente. repetiu isso algumas vezes antes de, de repente, virar-se e…
“ah!”
“hã? o que houve?”
ele disparou.
“ethan! pega ele! aquele garoto!”
“aquele garotinho? por quê?”
“olha para ele! o rosto dele grita ‘eu sei de tudo!’ e agora ele está fugindo!”
“…o rosto dele grita, você diz…”
ethan me olhou como quem dizia, por que você é tão rude nas palavras? então, soltando um pequeno suspiro, ele rapidamente entrou em ação.
“polaris, lembre-se, eu sou médico.”
“eu sei.”
“isso significa que eu não sou tão fisicamente capaz quanto os outros marinheiros. entendeu? eu sou mais velho e—”
“sim, sim, mas comparado com os outros da sua idade, você ainda está em forma~ impressionante~”
apesar de seu resmungo, ethan já tinha o garoto segurado com segurança sob o braço.
‘eu sabia que ele conseguiria.’
“uff, uff! me solta! seu velho!”
“…isso machuca o coração de um homem velho.”
o garoto, preso por ethan, estava ofegante, com o rosto vermelho de tanto correr. mas ethan, que havia colocado teatralmente a mão no peito como se tivesse se machucado com a observação, parecia tão calmo quanto sempre.
‘nesses momentos, ethan não parece tão gentil assim.’
ethan, embora o mais velho entre nós, ainda parecia incrivelmente jovem em comparação com outros de sua idade. como mencionei antes, ele mantinha uma aparência bem cuidada, sempre mantendo a barba aparada. ao contrário de outros piratas, ele não se entregava a bebidas ou festas. ele era o tipo que cuidava muito bem de si mesmo.
ele era o epítome de uma pessoa confiável e boa, o que me fazia me perguntar como alguém como ele acabou se tornando um pirata. mas vendo como ele estava provocando uma criança, parecia que ele poderia estar colocando uma fachada diante de mim todo esse tempo.
“polaris, por que você queria que eu pegasse esse garoto?”
“achei que ele pudesse saber por que todos estão dormindo.”
“sério? ei, garoto, você sabe de alguma coisa?”
“ethan, você acha que ele vai contar tudo só porque você perguntou—”
“tirkan,” o garoto respondeu, sua voz trêmula.
“tirkan… você é da ilha de odlo, certo?” perguntei, tentando controlar a impaciência.
“sim…” ele olhou para o chão, como se tivesse vergonha.
“então, o que está acontecendo? por que todos caíram? o que vocês fizeram com a tripulação do caelum?” eu pressionava, esperando uma resposta.
ele hesitou por um momento, mas logo suspirou profundamente, como se tivesse decidido que não tinha mais como voltar atrás.
“eles… eles nos obrigaram a fazer isso.”
“quem?” ethan perguntou, ainda calmo, mas a tensão em sua voz era evidente.
“os líderes de odlo… eles disseram que precisavam de ajuda para se proteger… mas eu… eu não queria fazer parte disso.” tirkan parecia genuinamente perturbado. “eles disseram que, se não fizéssemos isso, a marinha ia nos destruir… a ilha inteira.”
olhei para ethan, e ele apenas balançou a cabeça, como se já soubesse onde isso estava indo.
“o que mais?” perguntei, a raiva crescendo dentro de mim.
“eles… eles colocaram algo nas comidas, algo para dormir… eu… eu não queria, mas me forçaram. depois que todos caíram, eles começaram a amarrá-los.”
a explicação dele fez minha cabeça girar. por que a marinha estaria interessada em atacar a ilha de odlo? e por que a ilha se voltaria contra nós, uma tripulação que nunca causou problemas?
“e o que você vai fazer agora?” perguntei, meu tom mais suave, tentando entender suas intenções.
tirkan olhou para nós com uma expressão cheia de confusão e medo. “eu… eu só quero sair disso. se a marinha vai atacar, vocês precisam ir embora… rápido.”
“o que eles planejam fazer com os outros membros da tripulação?” ethan perguntou.
tirkan engoliu em seco. “eles… não querem matar ninguém, mas pretendem entregar vocês à marinha. acham que vão ganhar algum tipo de proteção com isso.”
tentei processar tudo aquilo. a situação estava mais complicada do que imaginávamos, e a ilha de odlo, que parecia um local seguro, agora estava envolvida em algo muito mais sinistro.
“então, o que devemos fazer agora?” ethan perguntou, virando-se para mim.
olhei para tirkan e depois para ethan, sentindo o peso da responsabilidade. “precisamos agir rápido. se a marinha realmente está por trás disso, temos que impedir que isso chegue a eles.”
tirkan parecia apavorado, mas algo em seus olhos me dizia que ele estava começando a perceber que talvez fosse tarde demais para se esconder da verdade.
“Te ajudar?” eu repeti, tentando entender. “o que exatamente você espera que eu faça?”
tirkan hesitou, a voz quase falhando quando ele respondeu. “eu só… não quero mais fazer parte disso. eu não escolhi isso. eu… não sei o que fazer, mas se vocês me ajudarem, talvez eu possa… talvez eu possa sair daqui antes que seja tarde demais.”
olhei para ethan, que parecia igualmente confuso com a súbita mudança no comportamento de tirkan. o garoto estava visivelmente assustado, mas também parecia desesperado para sair da situação em que se encontrava.
“você está dizendo que os líderes da ilha odlo… forçaram você a ajudar?” ethan perguntou com calma.
tirkan assentiu rapidamente, quase com alívio por alguém finalmente entender sua angústia. “sim, eles… eles disseram que era para proteger a ilha, mas eu não queria. eu não queria ver todos aqueles homens caindo no chão, não queria ver os outros sendo amarrados… eu só quero fugir disso.”
senti uma mistura de raiva e compaixão. raiva pelos líderes da ilha que estavam manipulando as pessoas, mas também compaixão por alguém tão jovem e aparentemente sem escolhas. ele parecia genuinamente arrependido, e isso fazia com que eu questionasse suas intenções.
“se você quer sair disso, precisamos de mais informações, tirkan,” disse eu, minha voz mais suave, mas ainda firme. “o que você sabe sobre o que está acontecendo na ilha? o que os líderes estão planejando?”
tirkan olhou para nós com um semblante sombrio. “eles… eles estão esperando que a marinha venha, e… e depois, quando tudo estiver acabado, vão tentar fazer um acordo com a marinha. mas, se vocês não saírem logo, a marinha vai vir atrás de vocês também. e se isso acontecer, tudo vai acabar.”
toda aquela situação parecia mais complicada a cada segundo. a ilha, que parecia ser um local de descanso e segurança, estava agora envolvida em uma trama muito maior, com interesses que iam além do que eu poderia imaginar.
“o que você sugere, tirkan?” eu perguntei, tentando entender se ele tinha alguma ideia de como sair daquela situação.
o garoto olhou para baixo, claramente lutando com seus próprios sentimentos. “eu… eu não sei. mas preciso sair disso antes que algo pior aconteça. vocês me ajudam, né?”
as palavras dele ficaram ecoando na minha mente. “ajudar”, eu pensava. como poderíamos ajudar alguém que estava tão preso em uma teia de mentiras e manipulações? mas talvez, só talvez, fosse uma oportunidade de resolver as coisas antes que ficassem ainda mais fora de controle.
Continua..
(Faz a boa aí Dani ksksks vou traduzir isso nada sksksks nesse momento e 03:35 da manhã)
🍓; Coexistência” refere-se à estratégia ou abordagem de viver e funcionar em conjunto de forma harmoniosa com os outros, apesar de potenciais diferenças ou desafios. Para a Ilha de Odlo, adaptar a “coexistência” como estratégia de sobrevivência significa provavelmente trabalhar em colaboração com outros grupos, adaptando-se ao seu ambiente ou encontrando formas de prosperar ao lado das comunidades, culturas ou ecossistemas naturais vizinhos, semelhante à abordagem adoptada pela cidade marítima.
[Essa teiga, vou te dizer 😞]